INFORMAÇÃO
Em maio desse ano aconteceu o 1º Simpósio de Segurança Pública X Privada, proposto pela Federação dos Vigilantes do Paraná (Fetravispp) e o Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região. Realizado em caráter de Audiência Pública, viabilizada pelo deputado Péricles de Mello, estiveram presentes representantes dos principais órgãos responsáveis pela segurança no Paraná com o objetivo de encaminhar medidas efetivas para combater o "bico policial". O jornalista e repórter do jornal Gazeta do Povo, Mauri Kong, também esteve presente e apresentou suas reportagens investigativas sobre o tema, publicadas em abril 2011.
A segurança pública vem sendo dia a dia boicotada por irregularidades que envolvem a proteção do cidadão. Enquanto policiais disputam espaços com bandidos para ter um ganho clandestino extra, a população fica desassistida. Conforme mostraram as imagens divulgadas na audiência, que revelaram possíveis locais onde existe a atividade ilegal, essa é uma rotina comprovada pelos próprios membros da corporação. Há 10 anos a Fetravispp vem denunciando situações semelhantes sem obter respostas dos orgãos competentes.
Concepção e resultados
No início do ano 2011, matérias publicadas no jornal Gazeta do Povo despertaram o interesse por uma retomada do assunto e tornaram-se uma oportunidade de conquistar a parceria da imprensa. Denúncias antigas, ofícios não respondidos e novos flagrantes foram reunidos para serem levados a público.
Os principais veículos da imprensa paranaense enviaram equipes para acompanhar a audiência. " A imprensa reforçou nossa visão do assunto e mostrou que a sociedade é quem mais perde com a atividade ilegal", afirma João Soares, presidente da Fetravispp. " O assunto foi massivamente pautado na mídia. Esperamos que a partir disso uma contínua mobilização social aconteça para acabar com essa irregularidade". O bico policial tira o emprego de muitos vigilantes. Combatê-lo significa gerar mais empregos e melhorar a quantidade da segurança para a população.
Encaminhamentos também foram feitos na Assembléia Legislativa do Paraná. Entre as medidas propostas, estão a criação de um projeto de lei rigoroso para punir os envolvidos; rastreamento de viaturas para evitar desvios de função; fiscalização interna e externa nas polícias civil e militar. cobrar dos bancos um maior investimento na segurança; realização de campanhas educativas para que o comércio não contrate empresas ou seguranças clandestinos; retomar no Congresso Nacional o projeto de Lei que criminaliza as empresas clandestinas e exigir maior transparência nos dados estatísticos da Secretaria de Segurança Pública do Paraná.
Ainda, após a realização do Simpósio, veículos de outros estados publicamente diversas matérias sobre o tema mostrando que o problema acontece em cidades de todo país, como os casos noticiados nos estados do Distrito Federal, Belo Horizonte e São Paulo.
Participantes
Compondo a mesa na audiência estiveram João Soares, presidente da Fetravispp; Otávio Dias, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região;Junior Emerson Zarur; coordenador dos Conselhos Comunitários de Segurança Pública; Wilson Ferreira Bonfim, chefe da Delegacia de Controle de Segurança Privada da Polícia Federal; Vinícius Augusto de Carvalho, delegado de Polícia Civil; José Boaventura, presidente da CNTV, e Sandro Maurício Smaniotto, presidente do Sindesp-PR.
O Comando Geral da Polícia Militar do Paraná e o Comando do Policiamento da Capital não enviaram representantes, mostrando, mais uma vez, descaso com o tema e com a importância da discussão para a melhoria da segurança da população.
Vigilante merece respeito
Recentemente, alguns vigilantes da cidade de Curitiba têm relatado que os policiais militares estão usando de força excessiva contra os trabalhadores que atuam no serviço tático de atendimento de alarmes. Param sem motivo, fazem revista, jogam na parede entre outras ofensas verbais e físicas.
Entretanto, essa discriminação está com os dias contados. Na nova proposta de reformulação da legislação da Segurança Privada, a Polícia Federal vem assumindo o papel do vigilante como uma força complementar à segurança pública na proteção das pessoas e dos patrimônios. Para o delegado Guilherme Maddarena, da Coordenadoria Geral de Segurança Privada da Polícia Federal, a integração da segurança privada com a pública certamente contribuirá para a diminuição da criminalidade.
De acordo com o delegado Jorge Quirilos, chefe da Delegacia de Controle de Segurança Privada da Polícia Federal no Paraná, essa nova postura significa considerar a iniciativa privada como um serviço a mais. O vigilante garante a segurança para o estabelecimento e também para os usuários dos serviços, ou seja, cidadãos comuns. " O vigilante ser considerado um profissional que contribui para a segurança dos cidadãos é um aprimoramento, uma evolução para a sociedade", conclui.
Fonte: Revista Vigilante em Foco 2011.
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