SEGURANÇA PRIVADA
Muito se fala em cultura de
Segurança Patrimonial (Security), no entanto, pouco se mostra como fazer para
aculturar os empregados e, quando o fazem, tampouco se divulgam os resultados
esperados e obtidos.
Também ouço muitas
reclamações de gestores da área ou não, de que a empresa X ou nas organizações
Y e Z, não há cultura de Security; no entanto, observa-se que estas mesmas
pessoas pouco fazem para mudar o status.
Dessa forma, recomendo
adotar, utilizando a criatividade, um programa, que deve ser anual, planejado
estrategicamente, estruturado e estendido a todos os empregados diretos,
indiretos e visitantes.
No planejamento estratégico
do programa deve-se considerar que Segurança é Responsabilidades de Todos,
portanto, deve-se utilizar como base de dados fundamental a missão, visão,
valores, código de conduta e ética da empresa, alinhando com o objetivo de negócio
da empresa.
A seguir listo alguns
exemplos de medidas de conscientização para fazer parte do programa de
implantação e implementação; e para os casos em que a segurança for rotulada
como repressiva recomendo a adequação.
Impreterivelmente a
integração de Segurança Patrimonial deve ser o primeiro item, considerando que
atende a todos, que de uma forma ou de outra prestarão serviços na empresa. Neste item recomendo uma lista de
presença para arquivo no prontuário do colaborador de responsabilidade do RH e
arquivo da Segurança Patrimonial. É de bom tom entregar a cada participante uma
espécie de livreto contendo as regras e normas. De modo geral a integração
trata de evidenciar o que pode e o que não pode com base no manual de conduta,
ética e regras gerais da Companhia.
Adotar a divulgação
semanalmente de dicas de segurança em informativo próprio ou do RH é uma forma
direta de dar o recado. Exemplo: Ao perceber estranhos no entorno da empresa ou
pessoas em atitude suspeita, comunique imediatamente a Vigilância Patrimonial.
Outra maneira de
conscientizar os colaboradores da empresa são dicas de Security nos displays
das mesas no restaurante ou refeitório, podendo ser um tema diário ou semanal,
revezado com os temas do informativo. Exemplo: Ao constatar a perda do seu
crachá, informe imediatamente a Vigilância Patrimonial. As dicas também podem
tratar dos seguintes temas: Achados e perdidos, furto, utilização de uniforme,
cuidados com os pertences, segurança no trajeto, segurança no lar e as
tecnologias, segurança da informação, conversas no restaurante, entre outras.
A SISP – Semana Interna de
Segurança Patrimonial, é uma boa forma de contribuir com a cultura de Security
dos trabalhadores. Como exemplo, podemos escolher uma fábrica que tenha três
turnos e definirmos que serão 5 temas revezando em dois horários por turnos. Os temas devem ser relacionados com
as necessidades da organização, de tal forma que atendam as mais imediatas e
reforcem os valores da empresa. Preferencialmente os palestrantes devem ser
externos, por conta da imparcialidade. Podem-se distribuir brindes aos
participantes, como forma de agradecimento pela presença. É importante também
homenagear o palestrante com, no mínimo, um certificado de presença. A SISP pode
ser anual, igualmente à SIPAT e semana da saúde, entre outras. Também deve-se
disponibilizar a lista de presença.
Implantar o DSP – Diálogo de
Segurança Patrimonial, é também uma forma de esmiuçar um tema ou procedimento
que, por vezes, é pouco divulgado ou pouco compreendido pelos colaboradores,
gerando um desgaste para todos. O DSP pode ser quinzenal ou mensal, dependendo
do apetite por endomarketing ou estrutura do time de gestão de Security. Um
exemplo de DSP é informar aos colaboradores a diferença entre roubo e furto e
como identificar um caso ou outro na empresa. A divulgação ou treinamento podem
ser feitos diretamente por Security ou pelos gestores da fábrica ou similar com
lista de presença.recomendo implementar todas sugestões de forma gradativa,
utilizando como norteador o calendário de feriados. Exemplo: No carnaval
pode-se utilizar a seguinte dica: Mantenha a bolsa na frente de seu corpo e
carteira e celular no bolso da frente, quando for aos bailes e desfiles.
Um indicador que pode ser
utilizado como balizador do sucesso das sugestões para fortalecimento da
cultura de Security é o IOSP – Indicador de Ocorrência de Segurança
Patrimonial. Com a utilização deste indicador, você pode demonstrar os
resultados e evolução das ocorrências como, por exemplo, o aumento da
comunicação de delitos ou a baixa de devolução de objetos achados. Na prática é
possível perceber a melhora de postura das pessoas em relação ao tema Security,
com engajamento e sensibilidade evidenciados pelas denúncias ou pesquisas de
clima/satisfação dos colaboradores.
Conforme o contexto,
altera-se o programa, a exemplo do aumento repentino de arrombamento de
armários nos vestiários. Neste caso é crucial tomar uma medida rápida de
correção e conscientização das pessoas.
De modo geral existem outras
formas de criar valor de Security, conforme apresento abaixo:
Na abertura de reuniões,
iniciar sempre com uma dica de Security, preferencialmente relacionada ao tema
da reunião.
Podem-se utilizar banners em
locais estratégicos com as mensagens prioritárias.
Nos quadros de avisos,
afixar informativos para assuntos de Security relacionados com a área.
Utilizar diretriz para
visitantes, entregadores, entre outros, nas portarias e recepções.
Outra forma de divulgação
são mensagens no desktop.
Cartão de estacionamento.
Check list dos motoristas.
Todas as sugestões
relacionadas neste artigo podem ser locais ou corporativas, considerando o
tamanho físico da empresa, número de funcionários, localização, ocorrências e
estratégias adotadas. Pode ser aplicada em uma operadora logística, indústria
química, condomínio residencial ou empresarial, shopping, lojas de
departamento, entre outras formas de negócios.
Segurança empresarial é
responsabilidade de todos; portanto, o exemplo deve ser dado por todos
indistintamente, do presidente ao operário.
Vale ressaltar que este
artigo não tem a pretensão de esgotar o tema e nem ensinar aos especialistas em
comunicação empresarial como fazer endomarketing, mas sim, apenas apresentar
algumas formas simples, indo direto ao assunto.
Por fim, é importante
considerar na elaboração do programa, as diretivas constantes nas normas da
família ISO 26000, ISO 27000, ISO 31000, ISO 28000, entre outras.
Teanes Carlos Santos Silva,
Gestor de Segurança Empresarial e Diretor Pleno da ABSEG. E-mail:
teanes[arroba]terra.com.br
Fonte:
http://www.de-seguranca.com.br/cultura-de-security/
Publicado: 27/06/2014
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