Por Bene Barbosa
Hoje, durante o jornal Bom
Dia, Brasil, que sempre se posicionou institucionalmente em favor do
desarmamento, uma reportagem sobre a origem das armas dos criminosos, acusando,
mais uma vez, a venda legal de armas como responsável pelo armamento da
criminalidade. Até aqui nada de novo no front ideológico de Chico Pinheiro. Tal
acusação, mentirosa e infundada, foi alvo em todo o capítulo IV do nosso livro
Mentiram Para Mim Sobre o Desarmamento e pode ser resumido em: “Tem horas em
que o cidadão é chamado sutilmente de idiota pelo governo e pela mídia, e tem
horas em que o xingamento é bem mais explícito. Esta mentira é um caso desse
último tipo, pois as evidências são tão flagrantemente contrárias, que alguém
que ouse falar uma besteira dessas só o pode fazer se for mau caráter e ao
mesmo tempo considerar seu interlocutor um completo imbecil.”
A novidade, que nem novidade
é, como vocês verão mais à frente, está na acusação de que grande parte das
armas nas mãos dos criminosos vêm das empresas de segurança privada e que a
arma eleita pelos criminosos ainda é o vetusto revolver calibre .38SPL... Pois,
pois... Comecemos pela última afirmação. Fico imaginando um criminoso se
dirigindo a um vendedor de armas no mercado negro para comprar uma arma e então
segue-se o diálogo:
- Ai, parça, que ferros você
tem ai, mano?
- Tenho muita coisa boa!
Tudo de primeira! Fuzil AK-47, AR-15 igual dos gringos, pistola 9mm israelense,
fuzil de precisão suíço e algumas granadas do exército boliviano. O que vai?
- Mano, não tem um revólver
cl 38 nacional? Não vou querer nada, fica na paz.
Só sendo sarcástico para
aguentar essa turma mesmo.
Voltemos às empresas de
segurança. Lá pelos ido de 2000 procurei um amigo diretor de uma grande empresa
de segurança privada aqui de São Paulo para falar sobre o Estatuto do
Desarmamento que começava a ser desenhado. Falei por quase uma hora sobre os
malefícios da legislação em projeto e como resposta tive: “Bene, concordo
plenamente com você, mas tenho que olhar o lado comercial da coisa e, aqui
entre nós, cada dono de padaria que não puder ter um revolver na gaveta vai ter
que optar por contratar segurança privada”.
Saí de lá arrasado, mas não
sem antes citar ao ex-amigo um ditado muito comum nos Estados Unidos: “Quem
ataca uma arma, ataca todas as armas”. O tempo passou e descobri que muitos
outros, quase todos empresários deste ramo, pensavam assim. Ao ponto de termos
em 2013 um vídeo (https://youtu.be/0bEfkrxHyKk) feito pela ONG Sou da Paz com o
uso do estande, de armas, munições e vigilantes do Grupo Protege!
O objetivo de desarmar as
empresas de segurança não é teoria da conspiração. É política de governo!
Duvida? Então vejamos o Programa Nacional de Direitos Humanos, diretriz 13:
“Prevenção da violência e da
criminalidade e profissionalização da investigação de atos criminosos
I - Ampliação do controle de
armas de fogo em circulação no país
A - Realizar ações
permanentes de estímulo ao desarmamento da população.
B - Propor reforma da
legislação para AMPLIAR RESTRIÇÕES e os requisitos para aquisição de armas de
fogo por particulares e EMPRESAS DE SEGURANÇA PRIVADA (grifo meu).
Bom, é isso! Pau que bate em
Chico, bate em Francisco e ao que parece esse pessoal não vai sossegar enquanto
não garantir que apenas os criminosos tenham armas no Brasil. Dá vontade de
dizer bem feito? Dá! Não o farei por dois motivos: primeiramente por saber que
quem vai pagar o pato é o vigilante e; minha capacidade de entendimento do
problema de forma ampla e global vai muito dos que acham que estão livres da
sanha desarmamentista.
Fonte:
http://www.cadaminuto.com.br/noticia/292848/2016/09/21/vem-ai-o-desarmamento-das-empresas-de-seguranca-e-nos-avisamos
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