SEGURANÇA PÚBLICA
Às
vésperas do início da Copa do Mundo, policiais de países não classificados para
o Mundial estão no Brasil para aprender como funciona um evento de porte
internacional. O Centro de Cooperação Policial Internacional (CCPI) em Brasilia
recebe agentes dos 32 países que jogarão no Mundial, além de representantes de
Angola, Moçambique, Catar, Peru, Tanzânia e Venezuela, além de agentes da
INTERPOL, AMERIPOL e do ESCRITÓRIO das NAÇÕES UNIDAS sobre DROGRAS e CRIME
(UNDOC).
Os
representantes desses países considerados de relevância estratégica vêm ao
Brasil principalmente para aprender. O delegado da Pol[icia Federal Joziel
Brito, alocado no CCPI, cita o exemplo do Catar, que sediará a Copa de 2022,
depois da Rússia em 2018. “Há uma função pedagógica para esses países. Vamos
servir de paradigma”, explica. Critérios como o fluxo de turistas e a
localização em região de fronteira foram considerados pela PF. “O Paraguai, por
exemplo, não vai participar da Copa, mas é uma porta de entrada para o Brasil”,
comenta Brito.
Os
efetivos dos seis países permanecerão no Centro, observando o gerenciamento da
segurança nos jogos. Os policiais também serão capacitados com cursos na área
de integridade esportiva, como o Curso de Combate à Manipulação de Resultados
Esportivos, ministrado na pela Divisão de Match Fixing da INTERPOL, responsável
pelo programa Integrity in Sport para
educar agentes de segurança em todo o mundo em investigação e prevenção de
corrupção e outros crimes no esporte.
A
Polícia Federal é responsável pelo contato com forças policiais no exterior e
pelos convites e acordos que permitiram a presença dos agentes que acompanharão
seus times e torcedores, e também dos países em missão educativa.
A
polêmica força policial de Moçambique
No
fim de abril deste ano, portais de notícia e blogs brasileiros publicaram
conteúdo afirmando que homens da Polícia da República de Moçambique,
supostamente uma das mais violentas da África, atuariam como reforço à Força de
Sgurança Nacional e à Polícia Federal na segurança durante a Copa, inclusive na
Final no estádio do Maracanã no Rio de Janeiro. Um dos sites creditou a
informação ao jornal Folha de Maputo, da capital moçambicana.
Ao
ser questionado sobre as atividades previstas não só para os policiais
moçambicanos, mas os de todas as nações consideradas estratégicas, o delegado
Brito reforça que a função dos agentes se restringe ao Centro de Cooperação
como observadores que levarão de volta a seus países o conhecimento para que
possam sediar e gerenciar grandes eventos urbanos no futuro. “Em todos os
lugares há boas e más polícias, e bons e maus policiais. Quando um país se
representa no exterior, envia sempre o que tem de melhor”, esclarece o
delegado.
Torcedores
contarão com policiais de seus países
A
função principal do CCPI é integrar os órgãos de segurança locais e os agentes
enviados pelas nações classificadas para a Copa. Ao todo, 75 policiais
brasileiros e 205 estrangeiros trabalharão em conjunto. Parte desse contingente
atuará no próprio Centro, com acesso à base de dados da Interpol e das polícias
dos países competidores, a fim de levantar informações acerca da autenticidade
de documentos apresentdos para entrar no Brasil, e também listas de passageiros
de voos internacionais, antecedentes dos cidadãos entrangeiros em território
brasileiro, listas de grupos de torcedores com histórico de incidentes,
criminosos e aliciadores de exploração sexual.
Outra
parte desses policiais estará presente nos estádios durante as partidas como
oficiais de ligação, mediando a interação entre as torcidas e as forças de
segurança brasileiras. Esse papel é auxiliar e subordinado à PF. “Os policiais
estrangeiros estarão identificados com a farda que usam em seu país de origem,
não andarão armados e não terão poder de polícia”, explica Antonio Felipe de
Almeida Gonçalves, da Assessoria de Relações Internacionais da Secretaria
Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (SESGE), subordinada ao Ministério
da Justiça.
O
envio de policiais ao país-sede do Mundial para cooperar com agentes locais não
é novidade. A experiência começou na Copa da Alemanha, em 2006 e se repetiu na
África-do-Sul em 2010
Sobre
o Centro de Cooperação Policial Internacional
A
criação do CCPI foi autorizada pela portaria 88/2014 da Secretaria
Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça,
assinada em março deste ano. A Sesge é responsavel por atribuir aos órgãos
competentes as atividades de planejamento, coordenação, acompanhamento,
avaliação e integração durante a Operação de Segurança da Copa do Mundo 2014.
As
atividades do Centro começaram na última segunda-feira (09) na sede da Polícia
Federal em Brasília. Os policiais trabalharão monitorando o entorno dos
estádios, consultando bancos de dados internacionais, além de apurar e
armazenar dados sobre ocorrências e incidentes envolvendo torcidas estrangeiras
durante o Mundial.
Nota
distribuída pela Polícia Federal em 22JUN14
Polícia Federal do Brasil e
Argentina detém barrabravas em MG
A Polícia Federal, em
cooperação com a policia argentina, deteve, na tarde deste sábado (21/06), no
estádio, em Belo Horizonte (MG), dois barrabravas.
Os argentinos foram autuados
e têm o prazo de até 72 horas para sair do Brasil. Toda a ação ocorreu por meio
da cooperação internacional que existe entre a Polícia Federal e as policias
dos países participantes do Mundial.
Cooperação
internacional
O
Centro de cooperação Internacional da Policia no Brasil conta com a presença de
mais de 200 profissionais de 31 países participantes da Copa do Mundo e mais
cinco outras nações convidadas, além de três organismos internacionais (ONU,
INTERPOL e AMERIPOL).
Em
média, cada delegação dos países participantes atua no Brasil com sete
integrantes. Quatro desses policiais viajam com seu respectivo time e trabalham
uniformizados nos estádios onde suas seleções se apresentarão. Esses oficiais
estrangeiros de campo conhecem suas respectivas torcidas e poderão auxiliar com
ações estratégicas de pronta intervenção. Contudo, eles não portarão armas,
atuando em conjunto com as forças nacionais de segurança pública.
Outros
três integrantes das comitivas de cada país ficam sediados no Centro de
Cooperação, em Brasília, compartilhando o acesso a bancos de dados e
visualizando, por meio de câmeras, todos os estádios e deslocamentos de suas
seleções, em um vídeo wall, com telões gigantes. Todos os integrantes fixos
trabalham no mesmo espaço físico, em constante intercâmbio.
Fonte:http://www.defesanet.com.br
Matéria:Nicholle Murmel - Especial
para DefesaNet
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