SAÚDE
DOENÇAS
DA MENTE
Jornadas
longas, agressões, xingamentos, sub condições de trabalho e pressão. Está é a
realidade de muitos vigilantes, que colocam em risco suas vidas e ainda são
desrespeitados no exercício da profissão.
Quantas
vezes ouve falar, “vigilante é despreparado” na mídia, na rotina de trabalho,
se o cliente quer entrar na agência e é travado, “Ei guardinha, você sabe quem
eu sou?”, até policiais que deveriam conhecer a legislação que rege a segurança
privada no país, e que podem fazer uso da sua carteira profissional, quando são
travados, dão voz de prisão ao vigilante, quando o mesmo está apenas cumprindo
o seu dever. Estes fatos, entre tantos outros que acontecem diariamente na
rotina profissional de segurança privada, podem levá-lo a adquirir doenças que
afetam a mente o físico e a vida.
Segundo
o psiquiatra Tássia Lopes Muller, que atende os vigilantes, a procura por ajuda
por parte dos trabalhadores esta cada vez maior.
“A
doença mental pode ter várias causas, a principal queixa dos vigilantes, é a
pressão psicológica e o stress no ambiente de trabalho, como por exemplo, o
desrespeito e a humilhação que sofrem principalmente por supervisores, clientes
e usuários nos locais onde prestam serviço, dessa forma se sentem
desvalorizados e desmotivados para continuarem na profissão”, enfatiza a
psiquiatra. Tássia destaca, que as doenças mentais que mais atingem os
vigilantes são a depressão, ansiedade e transtorno bipolar, e que o vigilante
deve ficar atendo aos sintomas.
DEPRESSÃO
A
depressão é um distúrbio afetivo, seus sintomas são a presença de tristeza,
pessimismo e baixa auto estima, que aparecem com frequência e podem combinar-se
entre si. Essa doença é a que mais atinge o vigilante, geralmente o paciente
tem que se afastar de suas atividades e entrar em tratamento, ai que vem a
parta mais difícil, segundo a Dra Tássia, muitos não seguem o tratamento que
tem duração mínima de 12 meses e agravam ainda mais a doença. É imprescindível
o acompanhamento médico tanto para o diagnóstico, quanto para o tratamento
adequado., a procura por um profissional geralmente é tardia, então quanto
antes a busca por ajuda melhor, pois a depressão pode ser diagnosticada com
duas semanas, tornando o tratamento mais fácil, ressalta a psiquiatra.
ANSIEDADE
A
ansiedade é uma sensação de apreensão, nervosismo ou medo. A origem desse
desconforto nem sempre é identificada ou reconhecida, o que pode piorar a
angústia. Geralmente caracteriza-se por aumento no apetite ou diminuição e
irritabilidade com frequência.
TRANSTORNO BIPOLAR
O
transtorno bipolar é um problema em que as pessoas alternam entre os períodos
de muito bom humor ou irritação e depressão. As “oscilações de humor”, podem
ser muito rápidas. Ao mesmo tempo pode estar feliz e minutos depois triste, a
pessoa não sabe o que quer e se sente inconformada e sem estímulo para
desempenhar suas funções.
A
Dra Tássia alerta sobre o perigo dessas doenças e que em muitos casos o
vigilante procura ajuda, quando está a ponto de cometer uma loucura. “Já
tivemos pacientes que vieram nos procurar no limite, alegando que estavam
prestes a fazer o disparo com arma de fogo e isso é preocupante, pois na
profissão de vigilante a procura tardia por ajuda pode ser fatal, disse Tássia.
Os
sintomas são silenciosos, mas podem ser facilmente detectados. Alterações no
metabolismo, perda ou ganho de peso, dores no pescoço, no perito e membros
inferiores, isolamento nos dias de folga, privação do lazer, ansiedade e
agressividade, são alertas do corpo para as doenças da mente, pois é um sinal
de estafa mental, então procure o médico.
Tássia
afirma, que na atualidade, o maior dificultador da procura por ajuda é o
preconceito. “ O medo de ser visto como louco, distancia o vigilante do
psiquiatra, o que é um erro, o psiquiatra é como qualquer outro médico, pois
quando temos problema procuramos um profissional qualificado para resolvê-lo
com as doenças que atingem a mente é a mesma coisa. O psiquiatra não é um
médico que trata os loucos, somos médicos comuns, fazemos o equilíbrio do
organismo e da mente, depressão, ansiedade e transtorno bipolar, são doenças
clinicas e devem ser tratadas como qualquer outra doença e quanto antes isso
for feito, mais fácil de chegar à cura”, finaliza.
Mas
a melhor remédio é sempre a prevenção, o profissional da segurança privada, tem
uma atividade diária intensa e devido a isso é difícil se desligar do trabalho,
por isso o exercício de esvaziamento da mente tem que virar rotina na vida do
vigilante, para evitar o desgaste mental. Adotar atividades diárias como prática
de esportes, tempo para o lazer, tempo com os amigos e principalmente companhia
e a apoio da família, são elementos fundamentais no combate do stress e evitam
doenças da mente, que estão se tornando cada vez mais comuns aos profissionais
da área de vigilância patrimonial. Então pratique essa idéia.
Fonte: Revista Vigilante em
Foco Julho 2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário