SEGURANÇA PRIVADA
A
segurança privada na Rio 2016, agora sob responsabilidade estatal, poderá se
valer do trabalho de policiais militares e bombeiros do Rio no horário de
folga, além de integrantes da Força Nacional de Segurança, que pertencem às PMs
de outros estados. A proposta foi discutida na primeira reunião de trabalho do
grupo que vai definir o novo modelo de ação, em substituição ao batalhão de 16
mil vigilantes privados que seriam contratados pelo Comitê Rio 2016 para as
atividades nas 159 instalações olímpicas, de competição ou não.
O
tamanho do contingente que fará a segurança de todo o evento ainda não foi
definido. O motivo é justamente o impasse provocado pela nova diretriz de
operação dentro das instalações olímpicas. O novo modelo foi acertado entre o
Palácio do Planalto, o governo do Rio e a prefeitura no começo do ano, mas
surpreendeu os operadores da segurança pública nos três níveis de governo, que
deverão definir o tamanho do contingente até o final de abril. O plano de
operação da PM do Rio, por exemplo, terá que ser revisado por causa da
reviravolta na segurança privada. O estado acumula também a responsabilidade
por toda segurança pública, inclusive no período dos Jogos.
Oficialmente,
a explicação para o uso das forças públicas no interior das instalações
olímpicas é o estouro do orçamento previsto com a vigilância privada, cujas
despesas inicialmente calculadas variavam entre R$ 230 e R$ 250 milhões. Para
evitar o aporte de recursos da União ao Comitê Rio 2016, o Ministério da
Justiça recebeu a missão de coordenar toda a estratégia de segurança, seja
pública ou privada, em parceria com estado e prefeitura do Rio. Reservadamente,
policiais temem que a mudança atrase a implementação do plano de segurança nos
chamados eventos-teste, que iniciam no segundo semestre de 2015.
Além
do uso de PMs e bombeiros de folga e de membros da Força Nacional, o plano em
debate para Rio 2016 envolve ainda o uso de recrutas do Exército e de guardas
municipais dentro das instalações olímpicas. Se o contingente de servidores
públicos não suprir a demanda, o Ministério da Justiça não descarta a
contratação de empresas privadas. Do total de instalações olímpicas, 97% estão
na cidade do Rio.
Acreditamos que, ao final, teremos um
planejamento operacional com o envolvimento de várias agências, cada uma com
parte da responsabilidade. Nenhuma possibilidade está descartada - afirmou,
após a reunião, o representante da Secretaria Extraordinária de Grandes Eventos
do Ministério da Justiça, Cristiano Barbosa Sampaio.
Para
se valer de PMs no horário de folga, o plano de segurança deverá utilizar uma
regulamentação já aprovada pela Assembleia Legislativa do Rio, o Regime
Adicional de Serviços (RAS), que permite o uso de servidores em operações
privadas de interesse público. Ainda assim, se houver necessidade, uma nova
norma legal poderá ser editada pela presidente Dilma Rousseff.
Outra
previsão, que já conta com apoio dentro do grupo integrado de segurança para a
Rio 2016, é o uso do regulamento de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para que a
segurança pública no Parque Olímpico de Deodoro, onde ocorrerão eventos como
hipismo e canoagem slalom, seja feita pelo Exército. O parque está em área
militar, que ficará sob responsabilidade do movimento olímpico durante a
realização do evento.
O sistema
público de segurança será posto à prova em dois eventos-teste ainda em 2015,
ambos previstos para agosto: Hipismo e Remo. Ao todo, cinco eventos serão
usados para testar todo o plano integrado de segurança, sendo que em 22 dos 44
torneios preparatórios para a Rio 2016 poderá ocorrer algum tipo de teste da
segurança dos jogos, que envolve o policiamento, a defesa nacional e o serviço
de inteligência.
Fonte:
http://extra.globo.com
Leia mais:
http://extra.globo.com/noticias/rio/seguranca-privada-na-rio-2016-podera-usar-pms-bombeiros-de-folga-15672374.html#ixzz46seeTYsa